Oficinas de Música e musicalização integram crianças e adolescentes do Lar Padilha

Quem não gosta de música? Para possibilitar que crianças e adolescentes que estão em regime de abrigo, tenham momentos direcionados a arte da música, o Lar Padilha, localizado no distrito de Padilha, em Taquara, oferece oficinas ministradas por pessoas capacitadas e comprometidas.

A história iniciou em 2009, com o músico João Morais. “Como educador no Lar, percebi que as crianças tinham a vontade de participar de algo que incluísse música e canto, então comecei um trabalho novo”, relata. Junto com o músico Jeferson Casluim Guedes Sampaio, também educador, organizaram o estúdio, adquiriram equipamentos e montaram uma banda, a Kid Brothers, que perdurou até 2012, quando Morais assumiu outro compromisso e precisou sair do Lar Padilha.

Mas “os laços permanecem”.Por este motivo, Morais reiniciou o trabalho, e, hoje, voluntariamente, ensaia aos sábados a tarde, e pretende apresentar-se com a banda em diversas cidades e eventos. “Quando começamos, as crianças e os adolescentes usavam o que tinham para tocar, podia ser um balde velho, um chocalho de cano... era a Banda Faxinão”, lembra Morais.

As oficinas, no entanto, são ministradas pelo músico e oficineiro Renato Velho. A integração acontece todas as terças-feiras, nos períodos da manhã e da tarde. O músico interage com os alunos, despertando a curiosidade, além de estarem sempre atentos a textos e partituras. “As oficinas são distintas em dois grupos, os “pequenos”, entre 5 e 12 anos, tem aulas de musicalização, onde são desenvolvidas atividades de canto, jogos rítmicos com instrumentos de percussão e atividades lúdicas focadas no aprendizado da música. O grupo dos adolescentes tem o foco no aprendizado do canto e dos instrumentos musicais disponíveis no Lar, como o violão, a guitarra, contra baixo e bateria”, segundo destaca Renato Velho.

LAR PADILHA – Taquara / RS 2013

Para o diretor do Lar Padilha, Fernandes Vieira dos Santos, o Lar trabalha para atender bem os jovens, com o auxílio de profissionais qualificados, educadores atenciosos e responsáveis em proporcionar uma estadia compensatória, sempre com o compromisso de promover o retorno destes jovens à família. “Como todas as oficinas disponibilizadas no Lar, a de música busca incentivar o trabalho terapêutico por meio da integração”, observa Fernandes. Os músicos uniram-se para a criação de uma música homenageando o Lar, e que será lançada, em breve, com a participação dos acolhidos. A canção integrará um cd com a participação de bandas da região.

A educação musical em grupo e o desenvolvimento de atividades utilizam a música como referencial, de acordo com Renato Velho, “são importantes para o indivíduo, agregando valores e responsabilidades no grupo que dependem apenas de sua participação, concentração e entusiasmo. O objetivo das oficinas vai além de propor ‘ensinar’ no caso do Lar Padilha, e sim, está relacionado ao desafio de sociabilizar e oferecer oportunidades e experiências para descobertas positivas, no meu caso, através da arte e do seu poder transformador”.

Um lugar especial

“Fazer esse tipo de atendimento em um lugar tão especial como o Lar Padilha é muito prazeroso e importante para mim”, reitera o músico. “Sou arte educador e trabalho há quinze anos em escolas de educação infantil e como voluntário em ONGs. O Lar em si está situado em um lugar muito bonito, telúrico e longe das mazelas sociais de onde vem a maioria dos atendidos, que em minha opinião estão sendo muito bem atendidos, dentro de uma realidade nacional e, por que não, mundial. Trabalhar no Lar Padilha é algo que me dá esperança de estar auxiliando a transformar para melhorar a vida desses jovens e, consequentemente, nosso mundo”, afirma Renato Velho.

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